O linguista e ativista
Noam Chomsky elaborou a lista das “10 Estratégias de Manipulação” através da
mídia.
Fonte: Adital. 2011-2012.
1. A ESTRATÉGIA DA
DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do
controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção
do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites
políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas
distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é
igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos
conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia
e da cibernética. Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros
problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público
ocupado, ocupado, ocupado...; sem nenhum tempo para pensar.
2. CRIAR PROBLEMAS E DEPOIS
OFERECER SOLUÇÕES.
Esse método também é
denominado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação”
prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante
das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou
intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de
que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da
liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um
mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços
púbicos.
3. A ESTRATÉGIA DA
GRADUALIDADE.
Para fazer com que uma
medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a
conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas
radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e
1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em
massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que
teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A ESTRATÉGIA DE
DIFERIR.
Outra maneira de forçar a
aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e
desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação
futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo,
porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que
“tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso
dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la
com resignação quando chegue o momento.
5. DIRIGIR-SE AO PÚBLICO
COMO SE FOSSEM MENORES DE IDADE.
A maior parte da
publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos,
personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à
debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou
portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais
tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma
pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade,
então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um
sentido crítico".
6. UTILIZAR O ASPECTO
EMOCIONAL MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto
emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise
racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a
utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao
inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores,
compulsões ou induzir comportamentos...
7. MANTER O PÚBLICO NA
IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público
seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle
e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais menos
favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância
da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais
favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar.
8. ESTIMULAR O PÚBLICO A
SER COMPLACENTE COM A MEDIOCRIDADE.
Levar o público a crer que
é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.
9. REFORÇAR A
AUTOCULPABILIDADE.
Fazer as pessoas
acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca
inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de
rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa,
o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação.
E sem ação, não há revolução!
10. CONHECER OS INDIVÍDUOS MELHOR DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcurso dos últimos
50 anos, os avanços acelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os
conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem
disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico
quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do
que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce
um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos
indivíduos sobre si mesmos.
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