Cansados de esperar em vão pela Prefeitura. Moradores realizam mutirão e fazem "Operação Tapa Buracos" em diversas ruas do Coroadinho.

RECURSOS PRÓPRIOS: EM MUTIRÃO, MORADORES FAZEM "OPERAÇÃO TAPA BURACOS" EM RUAS DO COROADINHO.

Foto - Coroadinho Geral.

A comunidade explica que a medida serve para impedir que as linhas de ônibus do bairro deixem de circular em determinadas vias.

Revoltados com a falta de iniciativa do poder público, pessoas que residem no Coroadinho decidiram, por conta própria e durante à noite, tapar os buracos formados no asfalto de algumas ruas do bairro. Até a publicação da matéria, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.

O mutirão começou por volta das 19h de quinta-feira. O motorista Ronaldo Frazão é o responsável pela mobilização. Ele, em companhia de outros vizinhos, conduziu um caminhão (emprestado da empresa onde trabalha) e percorre vias do bairro para colocar pedras e restos de construção nas crateras no asfalto.

O grupo se concentrou na Avenida Brasil para tapar de maneira improvisada um buraco no local. Com pás e até com as próprias mãos, os moradores colocaram o entulho na cratera. Assim que a estrutura ficou parcialmente consolidada, veio o grande teste. Um ônibus da linha Coroadinho/Bom Jesus passou na via.

A comunidade explicou ainda a reportagem que a medida serve para impedir que as linhas de ônibus do bairro deixem de circular em determinadas vias. "Os motoristas dizem que os empresários donos da empresa dele não estão mais querendo passar por aqui, por causa da buraqueira. Aqui já é perigoso, e como é que vai ser se a gente tiver de pegar ônibus longe de casa?", indagou Baltazar Pereira da Silva, autônomo e morador do Coroadinho, além de integrante do mutirão.

Os responsáveis pelo mutirão afirmaram ainda que o fato de trabalharem à noite se deve à falta de tempo. "Como todo mundo aqui trabalha de dia, que horas a gente vai fazer este serviço, se não for à noite?", perguntou Jurandir Costa.

Os motoristas que trafegam nas vias do Coroadinho apoiam o movimento espontâneo dos moradores. "Isso é uma vergonha, o poder público tem que acordar e fazer alguma coisa", afirmou o motorista de ônibus Paulo Mendonça, de 48 anos.

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