domingo, 26 de abril de 2015

São Luís. O Xirizal resiste, o desabafo de quem depende do Oscar Frota, para sobreviver.

No inicio do ano a Prefeitura de São Luís com o pretexto de iniciar Obras de infraestrutura, a construção de uma galeria para onde escorrerá o esgoto da região do centro histórico, levou a uma retirada de bares construídos irregularmente, causando grande impacto negativo na vida de várias prostitutas e diversos comerciantes ali estabelecidos, privando-os da convivência com os clientes habituais, curiosos e frequentadores.
Foto - O Imparcial. Não tenho emprego e venho pra cá porque preciso. Sou mãe solteira e tenho um filho que depende de mim. Agora não sei o que fazer, pois não terei como ver mais os meus clientes - Daniele, garota de programa.

Abaixo matéria do Jornal O Imparcial.

Foto - O Imparcial. O vendedor Jorge de Jesus comentou que as vendas diminuíram desde que a obra foi iniciada.
Por menor que seja a chuva, a área da Praça do Mercado Central fica alagada criando grandes transtornos para veículos, pedestres e, principalmente, para os comerciantes ali estabelecidos, prejudicando a movimentação, também, do mercado. Diante de tão grave problema, o poder público resolveu agir e deu início à desocupação da área da galeria, onde outrora foi o igarapé do Portinho, por onde navegavam embarcações oriundas da Baixada maranhense, que traziam para a capital produtos alimentícios originados do setor primário.
 
A ação do poder público se iniciou na área conhecida como Oscar Frota, em alusão ao comerciante do mesmo nome ali foi estabelecido. Com o passar do tempo, em virtude de ter se tornado área de prostituição, recebeu a o nome “Xirizal”, evocando a denominação existente somente no Maranhão, da genitália feminina.

Técnicos da Prefeitura de São Luís fizeram a retirada do Bar São Sebastião, que ali se instalou há 40 anos e que foi expandido, ficando sobre a galeria. O local foi limpo e causou grande apreensão entre as prostitutas, comerciantes ali estabelecidos e frequentadores. Elas temendo perder o local para “trabalhar”. Os comerciante preocupados com os prejuízos e os frequentadores por não terem mais um local no centro para suas “diversões”.
 
Clientela em baixa
 
Com o fechamento do Bar São Sebastião, os frequentadores do ambiente imaginaram que o Xirizal havia acabado e se afastaram. Com a redução dos clientes aconteceu a lógica diminuição da rendas daquelas mulheres, aumentando-lhes a preocupação. Cada uma tem uma história que a levou para a prostituição, sendo mães solteiras e até donas de casa.

Danielle, 29 anos, faz “ponto” há mais de três anos, na região e lamenta que a sua renda diária tenha sofrido considerável baixa que ela avalia em mais de trinta por cento. “ Não tenho emprego e venho pra cá porque preciso. Sou mãe solteira e tenho um filho que depende de mim. Agora não sei o que fazer, pois não terei como ver mais os meus clientes”, afirmou.
 
Danianne, 23 anos, está há cinco meses fazendo a “vida” no Xirizal. Ela lamenta a retirada do Bar São Sebastião. Ela disse que o proprietário a quem ela chamou de “Barbudo” era muito amigo e tratava as mulheres muito bem. “O bar dele era o principal porque ficava de frente para a Avenida Magalhães de Almeida e atraia muitos clientes. Nas segundas-feiras e sábados chegava a fazer quatro “programas” logo pela manhã e no final do dia, conseguia ganhar até R$ 400,00. Tenho filhos para sustentar e como não tenho emprego, venho fazer  “programa”.

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